O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (20) a saída do país da Organização Mundial da Saúde (OMS), agência de saúde das Nações Unidas. A decisão foi oficializada poucas horas após sua posse para um segundo mandato à frente da Casa Branca.
Trump afirmou que a OMS "continua a exigir pagamentos injustamente onerosos" dos Estados Unidos, destacando também o que chamou de "má gestão" da pandemia de Covid-19 e de outras crises globais de saúde. Essa é a segunda vez que ele retira o país do órgão – a primeira foi em 2020, durante a pandemia, mas a decisão foi revertida por Joe Biden em 2021.
A nova ordem executiva reacendeu críticas de especialistas, que alertam para os possíveis impactos na colaboração global em saúde. A OMS, criada em 1948, é responsável por coordenar ações globais de saúde pública, incluindo o combate a pandemias e a promoção de programas de imunização.
Embora Trump tenha enfatizado que o país investirá diretamente em iniciativas de saúde pública internacionais, opositores afirmam que a decisão pode isolar os EUA em momentos críticos para a saúde global.
O que significa a saída dos EUA da OMS?
Na visão de Vitelio Brustolin, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador de Harvard, o maior impacto da saída dos EUA da OMS ocorrerá no financiamento dos programas da organização.
Atualmente, esclarece o professor, os EUA colaboram com cerca de US$ 550 milhões (cerca de R$ 3,3 bilhões) anuais para a OMS.
“O corte de recursos vai ser intenso, porque eles [os EUA] são o maior doador individual [da OMS]. Isso vai impactar em ações da OMS em países emergentes. Se você corta a ligação do país com a OMS, você corta o contato dos centros de controle e prevenção de doenças espalhados pelos EUA com a OMS, o que prejudica o desenvolvimento de pesquisas científicas”, avalia Brustolin.
O que diz a OMS
O porta-voz da OMS, Tarik Jašarević, afirmou nesta terça-feira (21) que lamenta a decisão de Trump e espera que o líder americano mude de ideia.
“Esperamos que os EUA reconsiderem, e realmente esperamos que haja um diálogo construtivo para o benefício de todos, para os americanos, mas também para as pessoas ao redor do mundo.”
Por: Lucas Schroederda | CNN