Em um evento promovido pelo Rotary Club de Teixeira de Freitas, a conscientização no trânsito foi o tema central, com uma palestra impactante de Marcelo Batista, agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O policial destacou números alarmantes sobre a violência no trânsito no Brasil e na região, revelando uma situação preocupante.
Citando dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Batista ressaltou que a taxa de mortalidade no trânsito brasileiro subiu 2,3% recentemente, um reflexo direto da falta de infraestrutura, educação e fiscalização. Ele enfatizou que o número de mortes em acidentes de moto dobrou nos últimos dez anos. Somente de 2023 até agora, houve um aumento de 30% nas mortes envolvendo motociclistas, um dado que destaca a vulnerabilidade desses condutores nas rodovias.
O Brasil, infelizmente, é o terceiro país no mundo em número de vítimas fatais no trânsito, ficando atrás apenas da China e da Índia. Aproximadamente 40 mil pessoas perdem a vida anualmente nas estradas brasileiras, número que corresponde a mais de 100 mortes por dia. As principais causas desses acidentes são excessos de velocidade, uso de celular ao volante e direção sob efeito de álcool. As motocicletas são responsáveis por uma boa parcela dessas fatalidades, representando cerca de 30% das mortes.
Batista também chamou a atenção para a fragilidade da fiscalização local. Ele revelou que na nossa região, a PRF dispõe de apenas uma viatura e dois agentes para cobrir o trecho entre o quilômetro 822 e a divisa com Minas Gerais. Esse efetivo reduzido só é reforçado em feriados, deixando a segurança rodoviária comprometida no dia a dia. A falta de infraestrutura e de investimentos no sistema rodoviário nacional contribui para o aumento da insegurança nas estradas.
O Brasil, além de ser um dos países com o maior número de vítimas, também lidera em internações hospitalares e custos relacionados a acidentes de trânsito, sobrecarregando o sistema de saúde pública. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), os acidentes de trânsito custam ao Brasil cerca de R$ 50 bilhões por ano.
A palestra foi um alerta importante para a necessidade de investimentos em educação no trânsito, fiscalização mais efetiva e maior infraestrutura rodoviária. Como Batista reforçou, “não se trata apenas de números, mas de vidas perdidas, famílias destruídas e impactos econômicos que poderiam ser evitados com ações mais rigorosas e planejamento estratégico”.
O evento encerrou com a reflexão sobre o papel de cada cidadão na prevenção de acidentes, seja ao respeitar as leis de trânsito ou ao cobrar das autoridades mais investimentos e fiscalização.