O dólar atingiu um novo recorde histórico nesta quarta-feira (18), fechando o dia a R$ 6,26. O aumento ocorre em um momento de tensão nos mercados, marcado pela espera da votação do pacote de ajuste fiscal no Congresso Nacional. A moeda americana já vinha subindo nos últimos dias, impulsionada por incertezas sobre a capacidade do governo de cumprir as metas fiscais e por decisões do Banco Central brasileiro e americano.
Por que isso é importante?
A alta do dólar tem efeitos diretos e indiretos na vida dos brasileiros. Primeiramente, encarece produtos importados, como eletrônicos, medicamentos e combustíveis, além de insumos agrícolas e industriais. Isso pode pressionar ainda mais a inflação, afetando o custo de vida de todos.
Além disso, o aumento reflete a desconfiança dos investidores em relação à situação fiscal do país. O pacote de ajuste fiscal, atualmente em debate na Câmara dos Deputados, é visto como essencial para equilibrar as contas públicas. Caso não seja aprovado ou sofra alterações significativas, os impactos podem ser ainda mais graves.
O contexto nacional e internacional
No Brasil, o Banco Central elevou recentemente a taxa básica de juros (Selic) para 12,25%, como tentativa de conter a inflação e estabilizar o câmbio. Nos Estados Unidos, o Fed cortou os juros para a faixa entre 4,25% e 4,50%, tornando o dólar ainda mais atrativo para investidores globais. Esse movimento reforça a alta da moeda americana frente ao real.
Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo está comprometido com o ajuste fiscal e confia na aprovação das medidas. Ele também destacou que o câmbio deve ser guiado por fundamentos econômicos, e não por especulações.
Análise: os desdobramentos potenciais
Se o dólar continuar subindo, o impacto poderá ser sentido em diferentes áreas:
Para os consumidores, haverá aumento no preço de bens e serviços ligados à importação.
Para as empresas, custos maiores com insumos importados podem reduzir investimentos e gerar mais pressão inflacionária.
Para o governo, o desafio será maior para recuperar a confiança do mercado e equilibrar as contas públicas.
Por outro lado, um dólar alto pode beneficiar setores exportadores, como o agronegócio, que ganha competitividade no mercado internacional.
Reflexão final
A disparada do dólar é um alerta sobre a fragilidade econômica do país e a importância de políticas públicas consistentes. A votação do pacote fiscal será um marco decisivo para definir os rumos da economia em 2024. Para o cidadão, é hora de acompanhar de perto os desdobramentos, pois o impacto disso será sentido diretamente no dia a dia, no mercado e no bolso. No acumulado de 2024, o real já registra uma desvalorização de 21,52%, segundo o índice Ptax. Esse desempenho é o quinto pior desde 2000 e se aproxima do cenário crítico visto durante a pandemia de Covid-19.