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Eleições na Venezuela: oposição reivindica vitória com provas do Centro Carter

Edmundo González é declarado vencedor em meio a acusações de fraude e falta de transparência no processo eleitoral de 28 de julho.
Eleições na Venezuela: oposição reivindica vitória com provas do Centro Carter
02 OUT 2024
23:49

Centro Carter apresentou, nesta quarta-feira (2), à Organização dos Estados Americanos (OEA) “atas originais” das eleições na Venezuela, que, segundo eles, comprovam a vitória do líder opositor Edmundo González sobre o presidente Nicolás Maduro. A eleição, realizada em 28 de julho, teve Maduro proclamado vencedor, mas envolta em denúncias de fraude e falta de transparência. 

O que dizem as novas provas?
Jennie Lincoln, assessora para a América Latina e o Caribe do Centro Carter, revelou que os documentos incluem códigos QR que possibilitam a verificação sistemática de dados coletados durante o pleito. “Essas são atas originais da Venezuela, e o código QR é muito significativo”, afirmou Lincoln, enfatizando a importância da transparência nas eleições.

Enquanto isso, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro vencedor, mas não divulgou as atas eleitorais, gerando protestos da oposição e de observadores internacionais. O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), alinhado ao regime de Maduro, também proibiu a divulgação das atas, suscitando ainda mais desconfiança sobre a legitimidade do processo eleitoral.

A oposição se mobiliza
A oposição, liderada por María Corina Machado e Edmundo González, contesta os resultados oficiais, afirmando que González venceu com mais de 67% dos votos, enquanto Maduro teria recebido apenas 31%. Eles publicaram as atas eleitorais de cerca de 80% das urnas em um site, o que levou a investigações do Ministério Público venezuelano e a um mandado de prisão contra González.

“Os dados mostram que González é o verdadeiro vencedor”, disse Lincoln, ressaltando que o sistema de votação eletrônico funcionou adequadamente. A ONU já havia reconhecido a segurança das atas divulgadas pela oposição em um relatório de especialistas que observaram o pleito. No entanto, tanto os funcionários da ONU quanto os representantes do Centro Carter foram obrigados a deixar a Venezuela após as eleições.

González e a busca por asilo
Após ser alvo de perseguições pós-eleitorais e uma ordem de captura, Edmundo González buscou asilo político na Espanha, onde atualmente se encontra. A situação de insegurança política no país fez com que ele passasse um mês escondido antes de deixar a Venezuela.

María Corina Machado reagiu com otimismo à apresentação das novas provas: “O mundo sabe o que aconteceu em 28 de julho; agora tem a verdade em suas mãos”. A comunidade internacional, incluindo países como Estados Unidos e Espanha, já declarou reconhecer González como o verdadeiro vencedor das eleições.

OEA e a denúncia de fraude
Durante a sessão do conselho permanente da OEA, o secretário-geral Luis Almagro criticou o processo eleitoral, afirmando que “não foi nem justo, nem livre, nem transparente”. Ele destacou a ausência de provas que sustentassem os resultados oficiais e denunciou a violência associada ao processo, mencionando que “tortura, assassinatos e perseguições políticas” foram parte do contexto eleitoral.

A controvertida reeleição de Maduro provocou uma onda de protestos no país, resultando em 27 mortes, cerca de 200 feridos e mais de 2.400 detenções. A situação permanece tensa, com a comunidade internacional observando de perto os desdobramentos da crise política na Venezuela.

O que é o Centro Cárter 

O Centro Carter é uma organização sem fins lucrativos fundada em 1982 pelo ex-presidente dos EUA Jimmy Carter e sua esposa, Rosalynn. Sua missão principal é promover a paz, a democracia e os direitos humanos globalmente, atuando em áreas como observação de eleições, defesa dos direitos humanos, desenvolvimento sustentável e resolução de conflitos. O Centro Carter é amplamente respeitado por suas contribuições à democracia e à justiça social em diversos países.


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