Um relatório da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) revela que quase um terço das cidades na Bahia ainda realiza abates clandestinos de animais. Esse problema não só compromete a segurança alimentar, mas também coloca em risco a saúde pública e o meio ambiente. De acordo com o Ministério Público do Estado (MP), a carne proveniente desses abates pode não ser segura para o consumo.
A carne de abate clandestino foge dos controles de segurança sanitária, aumentando os riscos associados ao consumo. O MP lançou uma campanha publicitária chamada ‘Quando o abate é clandestino, a procedência não é só duvidosa: é crime’ para alertar sobre os perigos e orientar a população a verificar a origem da carne.
Por que o abate clandestino é tão grave?
- Saúde Pública: O abate irregular evita que a carne passe por inspeções adequadas, expondo os consumidores a doenças transmissíveis pela carne contaminada, como tuberculose, cisticercose e botulismo. Estudos confirmam que há mais de 30 doenças relacionadas a carne contaminada.
- Bem-Estar Animal: Nos abates clandestinos, o sofrimento animal é significativo. Animais podem ser abatidos de maneira cruel, sem o devido atordoamento, resultando em agonia prolongada.
- Meio Ambiente: O manejo inadequado dos resíduos de abate pode causar poluição e danos ambientais.
- Rastreabilidade e Controle Sanitário: A falta de regulamentação dificulta o rastreamento da carne e o controle sanitário, impedindo a realização de exames necessários para garantir a segurança alimentar.
Como identificar carne de abate clandestino?
- Preço abaixo do mercado: Se o preço da carne estiver muito abaixo da média, pode ser um sinal de origem duvidosa.
- Ausência de selos: Verifique se a carne possui selos de fiscalização do Ministério da Agricultura e dos Sistemas de Fiscalização Estadual (SIE) e Municipal (SIM).
- Qualidade da carne: Carne com aparência e odor suspeitos pode ser indicativo de práticas inadequadas.
A promotora de Justiça Thelma Leal, coordenadora do Ceacon, destaca que o abate clandestino pode levar a penalidades severas, incluindo multas, interdição de estabelecimentos e até prisão. A legislação prevê penas de até cinco anos de prisão para crimes relacionados a abates irregulares e maus-tratos a animais.
Para enfrentar esse problema, é essencial uma ação integrada entre órgãos de Vigilância Sanitária, Prefeituras, Ministérios Públicos, autoridades policiais e a sociedade. Você pode ajudar, não consumindo esse tipo de produto e ficando atento quantoa à proscedência das carnes. Denúncias podem ser feitas através do Disque 127 e pelo site de atendimento ao cidadão. Lembre-se: sua saúde e a de sua família não pode correr esse risco!
Fonte: Jornal Correio