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Com FABRÍCIO LIMA

A luta contra a escravidão moderna na Bahia

Casos emblemáticos revelam a persistência do trabalho análogo à escravidão no estado, enquanto a sociedade é convocada a combater essa violação dos direitos humanos.
A luta contra a escravidão moderna na Bahia
25 SET 2024
10:55

Recentemente, herdeiros de uma família foram condenados a pagar R$ 500 mil a uma mulher que foi mantida em trabalho escravo como empregada doméstica por 44 anos em Porto Seguro. Esse caso emblemático traz à tona a realidade alarmante do trabalho análogo à escravidão na Bahia, estado que, junto com Minas Gerais, lidera o triste ranking de resgates de trabalhadores nessa situação no Brasil.

Casos Alarmantes

Além desse caso, outras situações chocantes ilustram a gravidade do problema. Um casal de Vitória da Conquista foi condenado a quatro anos de prisão, convertidos em serviços à comunidade, por manter uma empregada doméstica em condição análoga à de escravo por cerca de 40 anos. A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) ocorreu em 2022, e a condenação foi divulgada em abril.

Em uma ação de fiscalização recente, 11 trabalhadores foram resgatados enquanto colhiam café na zona rural de Ituaçu. Os auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) encontraram condições análogas ao trabalho escravo, evidenciando que o problema está longe de ser resolvido.

Situações de trabalho escravo

  • Jornadas exaustivas: Trabalhar por longos períodos sem descanso adequado, feriados ou folgas.
  • Condições degradantes de trabalho: Quando o ambiente de trabalho ou as condições de vida são insalubres ou desumanas, colocando em risco a saúde, segurança e dignidade do trabalhador. Isso pode incluir alojamentos inadequados, falta de alimentação ou saneamento básico.
  • Trabalho forçado: Ser obrigado a trabalhar sob ameaça, violência física ou psicológica, ou por meio de dívidas.
  • Restrição de liberdade: Ter a liberdade de ir e vir limitada, como por exemplo, ser mantido em alojamentos controlados pelo empregador.
  • Servidão por dívida: Ter dívidas com o empregador que são impossíveis de pagar, o que o mantém preso ao trabalho.
  • Alienação de documentos: Ter documentos pessoais retidos pelo empregador.
  • Isolamento geográfico: Trabalhar em locais remotos e de difícil acesso, dificultando a denúncia.

Impactos Sociais

Essas práticas são criminosas, de acordo com o artigo 5° da constituição e 149° do código penal, com penas como prisão de 2 a 8 anos, além de multa e interdição do estabelecimento. As consequências não são só para as vítimas, mas também para suas famílias e para a sociedade, perpetuando a pobreza e a desigualdade social.

O Que Você Pode Fazer?

Denuncie: Utilize canais como o Sistema Ipê do MTE para reportar casos de trabalho análogo à escravidão.
Divulgue: Compartilhe informações para conscientizar outras pessoas.
Apoie Projetos: Contribua com organizações que atuam na defesa dos direitos trabalhistas.


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